terça-feira, 12 de abril de 2011

BRINCADEIRAS INDÍGENAS - ARRANCA MANDIOCA

ARRANCA MANDIOCA
Os alunos da pré-escola se divertiram muito nessa manhã de terça-feira (12/04), a alegria podia ser vista nos olhos de nossas crianças brincando de Arranca Mandioca (brincadeira indígena).
Esta brincadeira ainda vive firme e forte em algumas comunidades indígenas, mas é desconhecida entre crianças e adultos não-indígenas. Vive forte mesmo, afinal, para brincar é preciso um bocado de força.
Nos estados do Espírito Santo e de São Paulo, crianças guarani a conhecem pelo nome de “arranca mandioca”, porque lembra a maneira como a mandioca é colhida, atividade bastante conhecida pelas crianças indígenas.
Quando resolvem brincar, reúnem-se perto de uma árvore e fazem fila, todos agachados, com as mãos nos ombros da criança da frente. Caminham dessa forma até a árvore e sentam no chão. A primeira da fila se agarra na árvore e as de trás seguram umas nas outras pelos braços e pernas. Uma criança (precisa ser alguém forte) é encarregada de “arrancar” as mandiocas – que são as próprias crianças.
O primeiro da fila, aquele que está agarrado à árvore, é o “dono da roça de mandiocas”, é ele quem dá permissão para que sejam retiradas uma a uma as “crianças-mandiocas” da fila. E assim, começa o trabalho de soltar cada criança com toda a força.
Entre os Guarani, vale usar de várias estratégias para conseguir soltar as crianças, como, por exemplo, fazer cócegas, puxar pelas pernas, pedir ajuda para quem já saiu da fila.

















Entre os Xavante, fazer cócegas é impensável. No cerrado, região onde vivem, meninos e meninas conhecem essa brincadeira com o nome de “tatu”. Isso porque é muito difícil pegar o tatu quando ele se esconde na sua toca, não há quem o tire com as mãos. Pode puxá-lo pelo rabo, mas ele prende suas unhas na terra e não sai de lá por nada.
A força é uma característica muito valorizada entre os Xavante, ao lado da valentia e da coragem. Mesmo que seja em brincadeiras, ela é importante entre as crianças. Na brincadeira do tatu, por exemplo, as crianças só se soltam umas das outras quando a pessoa que está “caçando” usa sua própria força.
Essa brincadeira é sucesso garantido nas mais diversas situações e proporciona risadas o tempo todo.
Professoras que ensinaram a brincadeira: Cleonice e Zeila

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